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Foto do escritorGiovanni Alves


No ano de 2012 eu voltei do pós-doutorado na Universidade de Coimbra (Portugal) e fui convidado pela Secretaria Municipal de Educação de Marília a ministrar um curso sobre "A utilização do filme em sala de aula" (Projeto Tela Crítica) para professores e professoras do ensino infantil e fundamental. O projeto de pesquisa-ação audiovisual incluia também a produção de um documentário sobre o trabalho das professoras de Marília (SP) (Projeto CineTrabalho). Em poucos meses realizamos a empreitada com dedicação e afinco tendo como Assistente de Produção, Thayse Palmela Nogueira.


O documentário "Professoras de Marília" tem uma construção técnica bastante simples, com tomadas de cena nas escolas e depoimentos de professoras e professores sobre a profissão, o trabalho e a vida.


O documentário se inicia com a cena da entrada dos alunos pela manhã cedo na EMEF Paulo Freire. Talvez sem o saber, eu fiz o que os irmãos Lumiére fizeram no filme "A saída dos operários da fábrica". Fábrica e Escola - os lugares de reprodução da Ordem e Progresso. No muro da Escola, a frase "Paz é ser humilde"..


Os depoimentos são bastante interessantes. Tem uma riqueza de detalhes sobre a profissão de professor. Num dos depoimentos, uma professora diz: "Professor é ser um pouco de tudo". A crise de identidade profissional é flagrante. A professora da Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental, tem que ser uma educadora no sentido pleno, cumprindo função que não constam no contrato de trabalho: ser psicológa, mãe, avô...


A crise da Familia faz com que a Escola assuma funções que caberiam a ela. Isto se torna um fardo para as trabalhadoras da educação municipal de Marilia. Para a Familia, muitas vezes, a Escola é um depósito de crianças. As professoras cobram que a Familia assuma o papel de formar moralmente os pequenos. E mais ainda: que a Familia participe com a Escola na formação das crianças, envolvendo-se também na administração escoar.


A idéia de uma comunidade escolar, democratica, participativa, envolvendo a Escola e as Familias, com apoio do Estado, é quase uma utopia socialista.


Mas existe o outro lado da profissão: o trabalho estranhado que faz as professoras reduzirem o tempo de vida a tempo de trabalho, exigindo delas, além da preparação nos fins de semana, das atividades pedagógicas, o preenchimento de formulários, "cobrança de números", metas...etc. E isto faz a profissional adoecer e recorrer com frequencia, a remédios para lidar com ansiedade e depressão.


O documentário conclui com a fala do Prof. Joaquim Bento Feijão, na época, Diretor de Gestão Escolar da Secretaria de Educação de Marilia. É a fala do gestor por excelência.


Portanto, o documentário expõe não apenas depoimentos das professoras, mas também depoimentos dos gestores do trabalho das professoras: o Diretor de Gestão Escolar e a Secretária municipal de Educação, a Prof. Maria do Carmo Caputti Mazzini. As crianças participam do filme por imagens nas tomadas de cena, tomadas graciosas da espontaneidade infantil em sala de aula e na hora do recreio.


O documentário foi lançado num evento especial organizado pela Secretaria de Educação e Prefeitura Municipal de Marilia.


Existem links para promoção do documentário que merecem ser vistados, como o da Plataforma RENAST, da FIOCRUZ.


O ChatGPT fala sobre o documentário:


"Professoras de Marília" é um documentário produzido em 2012 pela Prefeitura de Marília, uma cidade localizada no estado de São Paulo, Brasil. O filme retrata a vida e o trabalho de professoras da rede municipal de ensino de Marília, destacando a importância do papel das mulheres na educação e na sociedade.


O documentário aborda temas como a formação das professoras, a relação entre os professores e os alunos, as dificuldades enfrentadas pelas professoras em sua profissão, a dedicação e o amor pelo trabalho, e as mudanças e desafios enfrentados na educação ao longo dos anos.


"Professoras de Marília" é um documentário que busca dar visibilidade às professoras, sua importância e seu trabalho, além de reconhecer a dedicação e o comprometimento das educadoras com a formação e o desenvolvimento das crianças e jovens da cidade.

A Profa. Maria do Carmo Caputti Mazzini defendeu na Facudade de Educação da UNESP (em 2017) a dissertação de Mestrado "A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DAS PROFESSORAS DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE MARÍLIA/SP"., tema do documentário.


Um comentário de alguém que assistiu o video - PARA REFLETIR:


"Esse documentário foi feito há dez anos, os professores já enfrentavam dificuldades diversas. E hoje? Período de pandemia e pós pandemia? Durante a pandemia, o professor foi desafiado a trabalhar com as novas tecnologias, que há tempos, falavam dessa necessidade, porém os órgãos competentes nada faziam de concreto para a devida inclusão. Com a pandemia essa inclusão das novas tecnologias, tornaram-se obrigatórias e o professor teve que se virar para aprender de forma rápida a lhe dá com esses recursos. Foi um período muito estressante.


E agora, pós pandemia? [sic]


Outro desafio grande: A aprendizagem dos alunos está defasada, o que fazer? Mais um grande desafio para os professores. Diante de tantos desafios, o que tem sido feito para amenizar esses impactos na mente dos professores? NADA. Contínuam as cobranças para que os professores criem fórmulas de superação a defasagem da aprendizagem. Por isso temos hoje, tantos professores com doenças psicológicas. E quando vão fazer alguma coisa pela saúde mental dos professores? Quando não tiver mais professores para ensinar.



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